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Jornalista fala sobre os momentos que viveu internada por Covid

O Dia do Jornalista, 7 de abril, a jornalista Michelli Arenza passou internada, na Policlínica São Vicente de Paula, com Covid. Ela, acostumada a contar histórias, desta vez é quem narra sua própria história. “Eu fui internada no dia [6 de abril] que o Silvio Araújo morreu. Quando eu estava indo pro hospital soube da morte dele. Grande amigo de anos, me abalou muito.” Michelli conta que, na família, o primeiro a pegar o coronavírus foi seu esposo Mauro Kracker, que teve os primeiros sintomas dia 27 de março. Os primeiros exames que ela fez deram negativo, mas por estar sentindo fortes dores nos olhos, cogitou que estivesse com alguma outra doença, como dengue.

“Com essa nova cepa, a gente sabe que é muito mais transmissível, já ficamos todos alertas aqui em casa e também, começamos a conversar com dr. Márcio Schenato.” Logo Michelli passou a ter febre durante cerca de seis dias. “Mas primeiro não era uma febre alta, era esporádica e foi aumentando; no pior dia chegou até 39 graus.”

Michelli acrescenta: “Na quinta-feira minha filha fez o exame e deu positivo. No sábado, eu e meu filho fizemos também: o dele deu positivo e o meu deu negativo, de novo. É estranho, porque eu já tinha começado o tratamento tomando os remédios, mas dando negativo meu exame, comecei a pensar que pudesse ser outra coisa. Na segunda-feira, não deu mais febre, pensei que tinha melhorado, porque estava tomando os remédios. Aí, na terça, foi o dia que eu internei, dia 6 de abril; acordei de madrugada com muita febre e falta de ar, aí avisei dr. Márcio e ele me mandou fazer imediatamente uma tomografia e foi onde apareceu que eu estava com 30% do pulmão comprometido e ele quis que eu internasse imediatamente pra acompanhar”.

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Ela foi ainda acompanhada por dr. Paulo Fortes e dra. Cláudia Moschen Antunes, pneumologista. A tomografia, que seria feita dia segunda-feira, dia 12, precisou ser antecipada para o domingo, identificando uma piora para 60% no pulmão. “Foi quando veio o desespero. Estava sozinha de terça-feira até domingo no hospital e bateu aquele medo de morrer, medo de ter que ir pra uma UTI, ser intubada. Foi horrível. Era pouco depois de meio-dia, abriu a porta do quarto e era meu marido, ele me abraçou, choramos muito. Depois que choramos, a presença dele me acalmou bastante, me deu segurança e foi quando os médicos tinham recomendado que eu tomasse um anti-inflamatório moderno que faz com que meu sistema imunológico parasse de atacar o meu pulmão.”

Este remédio é caro e estava praticamente esgotado, até que dra. Cláudia soube de uma família que tinha quatro doses disponíveis. “Eu tive que mudar de quarto ir pra um mais isolado, porque esse remédio abaixa bastante a imunidade e você fica exposto a riscos de infecção. Naquele domingo, depois do susto, eu tive fé. Eu acompanhei a missa da Concatedral e chorei muito, mas tive muita fé que ia melhorar e comecei a receber muita mensagem de apoio e esperança e realmente acreditei que ia dar certo e melhorar. A presença do meu marido foi fundamental pra minha segurança, pra me sentir protegida.”

O tratamento deu certo. “Foi como tirar com a mão, foi uma melhora surpreendente como meu pulmão limpou muito rapidamente. Digo que Deus foi fundamental, ter fé; Deus providenciou que eu fizesse aquele exame do domingo, não esperar até segunda, iluminou os médicos; se a gente não tivesse conseguido o remédio ou esperado. Como disse o dr. Paulo: eu tomei o remédio na hora exata. Foi tudo muito perfeito nesse sentido.”

Na realidade, Michelli precisou tomar apenas duas doses do medicamento e teve alta no domingo, mas precisa permanecer isolada em casa, para evitar riscos de infecção, diante da baixa imunidade. “Eu me cuidei muito, sabe Leandra, muito mesmo, infelizmente peguei em casa, o que pode acontecer com qualquer pessoa, mas temos de fazer o máximo possível pra não pegar, porque não tem como saber quem vai evoluir pra um caso grave. Eu nunca pensava que por ser saudável, 39 anos, iria chegar nessa situação. E quem é intubado? Ouvi no hospital que quando vai pra intubação é uma loteria. Se pegar tem que procurar acompanhamento médico logo. Por outro lado, é interessante destacar que quando estava no hospital vi muita gente ter alta, indo bem pra casa, então isso animava.”

Michelli ressalta ainda que, quem reclama de usar máscara, esteja consciente que é muito melhor usar máscara de pano ou máscara cirúrgica do que uma máscara de oxigênio e do ventilador mecânico num leito de hospital. “Se as pessoas tivessem ideia de como é ter de fazer o VNI, não pensariam duas vezes em usar máscara.”

Ela agradece os anjos que Deus colocou-lhe no caminho: “Dr. Márcio Schenato, uma pessoa que eu já achava incrível e agora quem admiro ainda mais. Mas além dele foram fundamentais o dr. Paulo Fortes e a pneumologista dra. Claudia Moschen Antunes. A vocês devo a minha vida e serei eternamente grata. Há ainda outros anjos que cuidaram de mim no hospital nesses 11 dias. Mas foram muitos. Enfermeiras, técnicas, fisioterapeutas, cozinheiras, que tratam os pacientes com tanto carinho, cuidado e atenção mesmo estando sobrecarregados de trabalho. Que Deus os abençoe muito. Obrigada também a todos os amigos que rezaram e se preocuparam. Eu li cada mensagem e isso me fortaleceu. Obrigada a minha família pelo apoio e em especial ao meu marido Mauro Kracker”.

Fonte: Leandra Francischett/Jornal de Beltrão – Foto: Arquivo pessoal

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