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Resolução limita entrevistas de policiais civil e dificulta trabalho da imprensa no Paraná

A Resolução 01/2022 do Conselho de Polícia Civil do Paraná, que cria a Política de Comunicação Social da Polícia Civil, entre outras coisas, proíbe a manifestação de policiais civis e está sendo duramente criticada por profissionais de imprensa.

Segundo a instituição, há a necessidade de disciplinar no âmbito da Polícia Civil do Paraná o uso das redes sociais, com intuito de se evitar a utilização de símbolos, uniformes, materiais oficiais e conteúdos de investigações e operações policiais como forma de promoção pessoal ou para o exercício de atividade político partidária ou com o fim de obtenção de vantagens pessoais de qualquer natureza.

Entrevistas só com autorização
Contudo, alguns trechos da normativa acabam dificultando o trabalho da imprensa. O artigo 9º, por exemplo, diz que é vedada a disponibilização de conteúdos de vídeos, fotos, textos e outros semelhantes, sobre ações/operações policiais ou outras informações institucionais, diretamente aos órgãos de imprensa, sites, páginas em redes sociais e/ou aplicativos de mensagens. Essa divulgação atualmente vinha sendo feita diretamente pelos delegados e demais policiais, o que agilizava muito o trabalho de levar a notícia até o cidadão. Também ficou proibida a concessão de entrevistas por qualquer policial civil, sem o prévio conhecimento e autorização expressa da Assessoria de Comunicação (Ascom).

Na opinião de profissionais ouvidos pela reportagem este “meio de campo” da assessoria de comunicação só irá atrasar a divulgação de notícias em um mundo que está acostumado com informações em tempo real.

A participação em programas de entrevistas, palestras, seminários, mesas redondas, ou manifestações outras envolvendo assuntos institucional de qualquer natureza, em rádio, tv, sítios, páginas em redes sociais, anais, perfis particulares ou públicos, blogs e correlatos, depende de autorização prévia do delegado-geral.

Burocratização do trabalho da polícia e da imprensa
JdeB – O jornalista Luiz Carlos Maciel, do Programa Plantão Policial da Rádio Educadora, acha a medida desnecessária e fora de contexto para a realidade local. “Aqui na região a gente trabalha na divulgação ajudando a polícia elucidar casos, com divulgação de imagens e informações, e que ajudam a elucidar muitos casos, e principalmente no trabalho preventivo. E só divulgamos depois que temos a informação oficial das autoridades.”

Marcos Elieser, jornalista do portal A Gazeta Web, observa que se a imprensa tiver que ligar para a assessoria de comunicação toda a vez que quiser entrevistar um delegado, isso só aumenta a burocracia e é incompatível com o modelo dinâmico da comunicação atual, principalmente para os sites de notícias. “Internet é tempo real”, ressalta.

Para Derli Viana, apresentador do programa Diário da Informação da TV Beltrão, acredita que tenha mais coisas por trás da resolução. “Por ser ano eleitoral o governador não quer que a imprensa fique divulgando a quantidade de crimes que existem no Estado do Paraná. Quanto menos a imprensa divulgar, mais a população vai achar que a secretaria de Segurança está fazendo um grande trabalho. Que no Paraná baixou índice de criminalidade, que no Paraná ta tudo 100% e o governo tá ótimo. Pra nós jornalistas isso é uma mordaça que prejudica demais, mas o tiro provavelmente vai sair pela culatra.”

Beto Rossatti, jornalista da TV Sudoeste e Rádio Celinauta de Pato Branco, diz que é uma normativa burocratizadora e que dificulta sobremaneira a relação com os jornalistas. “Via de regra, creio que um Delegado de Polícia tem capacitação mais que suficiente para em sua jurisdição administrar esta relação diária com a imprensa. Se seguir este ‘manual’ à risca, o relacionamento diário com os meios de comunicação ficará demasiadamente prejudicado.” A reportagem entrou em contato com a Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol-PR) e com o Sindijor-PR (Sindicato dos Jornalistas do Paraná) que ficaram de se manifestar sobre o assunto.

Matéria escrita pelo jornalista Niomar Pereira.

Fonte e foto: Jornal de Beltrão

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