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Cargas do Sudoeste são visadas por quadrilhas em SP e Rio

Um dos problemas graves do transporte rodoviário no Brasil continua sendo o roubo de cargas. Os criminosos se especializaram nesta prática ilícita e forçaram as empresas a investirem em segurança privada para garantir que a carga chegue ao seu destino. Quem atua nas empresas de monitoramento diz que as cargas de produtos alimentícios que saem da região Sudoeste do Paraná são visadas pelos grupos criminosos.

Ainda que tenha apresentado uma redução de 7% nos prejuízos por roubo de cargas em 2022 (na comparação com 2021), a região Sudeste se manteve como líder absoluta neste tipo de crime com 75% dos registros. Na sequência aparece a região Nordeste com 15% das ocorrências e Centro-Oeste com 5%. A região Sul responde por 3% deste tipo de delito.

No Brasil, a atuação das quadrilhas especializadas no desvio e na receptação de mercadorias causa prejuízos bilionários todos os anos. Em 2022, as cargas fracionadas, alimentos, agronegócio, bebidas, cigarros e eletroeletrônicos representaram, juntos, 78,7% dos prejuízos com roubo.

As operações com cargas fracionadas e produtos alimentícios permaneceram entre as mais visadas pelas quadrilhas de roubo de cargas. Os dados são do relatório Análise Anual (2022) de Roubo de Cargas Nstech.

Em 2022, nota-se, porém, uma inversão na ordem. As cargas fracionadas assumiram a liderança no ranking de roubos com aumento de 30% na comparação com 2021. Já o roubo de produtos alimentícios teve queda de 55% em 2022 em relação a 2021.

A diretora comercial da MovStar Rastreamento de Veículos, Patrícia Ficanha, relata que nos últimos cinco anos o roubo de veículos se tornou uma prática muito lucrativa para as quadrilhas. Segundo ela, a recuperação de cargas e caminhões tem alto índice, mas requer rápida constatação do sinistro através de equipamento de rastreamento. “Hoje, o mercado oferece mais que uma tecnologia de rastreamento. A mais utilizada pela empresa MovStar é a GSM/GPRS. Um sistema de localizador de veículo informando a localização em tempo real.”

Patrícia salienta que assim como a tecnologia evolui, os criminosos também se aperfeiçoam para quebrar essa localização. “Uma das últimas recuperações, na cidade de Ponta Grossa, precisou de uso de força policial com vários disparos de arma de fogo para que a carreta carregada de agrotóxico fosse parada e recuperada. Embora temos o apoio e eficiência de nossas polícias dentro de todo o território brasileiro, nossa Lei é muito branda para esses crimes. Temos prisões em flagrante, tiramos esses meliantes de circulação, porém em curto prazo voltam ao convívio social cometendo os mesmos delitos.”

Prejuízo muito grande
Leonardo Spada, gestor de Processos e Produtos da Monisat, salienta que o roubo de cargas no Brasil é um dos grandes problemas que tem gerado prejuízos bilionários em toda cadeia, desde os embarcadores, transportadores, companhias de seguradoras e muitas vezes dos clientes finais. Em 2022, foi registrado um total de 1,2 bilhões de reais em perdas decorrentes dessas ocorrências.

“É importante ressaltar que houve uma redução de 9% na quantidade de ocorrências em relação ao ano de 2021. Essa diminuição é um indicativo positivo e demonstra um avanço no combate aos roubos. No entanto, é necessário analisar os números com cautela, pois a redução percentual não se reflete de maneira proporcional nos valores financeiros. Isso se deve, em grande parte, ao aumento do preço das mercadorias em geral.”

Segundo ele, a maior concentração de crimes na região Sudeste se deve à concentração e maior número de embarques e deslocamentos de cargas. “Portanto, é necessário um esforço conjunto para intensificar a segurança nessa região e garantir a integridade das operações logísticas.”

De acordo com ele, as empresas de monitoramento e segurança estão trabalhando para mitigar os riscos com uso de tecnologia. “Com o avanço tecnológico, temos visto um aumento significativo da adoção de soluções de Gerenciamento de Risco e Monitoramento em tempo real. Essas ferramentas têm se mostrado eficazes na prevenção de roubos e na recuperação de cargas, o que pode ser um dos fatores que contribuiu para a redução nas ocorrências.”

Conforme disse, há investimento forte em soluções tecnológicas, inclusive de inteligência artificial em seu sistema próprio, e estratégias de proteção para os transportadores. “Acreditamos que a combinação entre tecnologia avançada, inteligência logística e uma abordagem proativa é fundamental para enfrentar os desafios relacionados ao roubo de cargas.”

Cargas do Sudoeste
Leonardo observa que a região Sudoeste do Paraná é grande fornecedora à região Sudeste do Brasil e os grupos de mercadorias mais visados pelas quadrilhas, em relação à origem, são itens de laticínios (queijos e derivados), carnes em geral e embutidos. “Também se destacam itens relacionados a placas fotovoltaicas e metais de modo geral.”

Ajuda do Estado
Para de Patrícia Ficanha, o Estado poderia colaborar com a sociedade e o setor de transporte instalando sistema de câmeras em diversos pontos das regiões de maior risco (como a Sudeste) e disponibilizar imagens desse sistema em caso de furto/roubo. “Pois caso tenhamos a retirada do equipamento de rastreador, ainda assim teríamos um norte para o paradeiro daquele veículo ou separação de seu comboio.”

São Paulo
São Paulo lidera de forma absoluta o ranking de roubo de cargas no Brasil, com quase 50% dos prejuízos.

– Cargas fracionadas, produtos alimentícios, cigarros e eletroeletrônicos estão no topo do ranking.
– As ocorrências foram concentradas às segundas-feiras e sextas-feiras, das 12h às 14h e das 18h às 20h.
Rio de Janeiro
– O Rio de Janeiro se manteve em segundo lugar no ranking. Entre as cargas mais roubadas estão cargas fracionadas,
alimentos, medicamentos, eletroeletrônicos e bebidas.
– A maioria das abordagens no Rio de Janeiro ocorreu entre 8h e 10h e das 12h às 14h, às segundas-feiras e às quintas.

Fonte: Niomar Pereira/Jornal de Beltrão – Foto: Leandro Czerniaski/Jornal de Beltrão

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