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22 de abril de 2025 03:08

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Sudoeste enfrenta níveis preocupantes de poluição

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Julio Cesar Alves

Kinshasa, na República Democrática do Congo, liderava ontem, às 18h20, o ranking mundial de pior qualidade do ar, com um índice de 223 IQA (Índice de Qualidade do Ar) segundo padrões dos Estados Unidos. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, em Francisco Beltrão, no mesmo período, o índice estava em 172 IQA, de acordo com o site iqair.com. A concentração de PM2,5 em Francisco Beltrão era 17,2 vezes superior ao valor anual de referência da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a qualidade do ar. Apesar da chuva no início da noite de ontem, a previsão para esta sexta-feira, 13, é de um aumento desse índice, chegando a 184 IQA.

A concentração de PM2,5 refere-se à quantidade de partículas finas em suspensão no ar com diâmetro igual ou inferior a 2,5 micrômetros. Essas partículas, por serem muito pequenas, podem ser inaladas profundamente nos pulmões, o que as torna particularmente prejudiciais à saúde.

Essas partículas são geradas por diversas fontes, como emissões de veículos, queima de combustíveis fósseis, processos industriais, incêndios florestais e reações químicas na atmosfera. Devido ao seu tamanho reduzido, as PM2,5 conseguem penetrar no sistema respiratório, agravando doenças pulmonares, cardíacas e outros problemas de saúde.

Para efeito de comparação, o índice de qualidade do ar é considerado bom entre 0 e 40, moderado entre 41 e 80, ruim entre 81 e 120, e muito ruim entre 121 e 200. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) baseia o IQA em cinco poluentes regulamentados pela Lei do Ar Limpo: ozônio, material particulado, monóxido de carbono, dióxido de enxofre e dióxido de nitrogênio.

A previsão de melhora para Francisco Beltrão é para segunda-feira, 16, quando o índice deverá cair para 64 IQA, considerado moderado.

Consultado pela reportagem, o médico pneumologista Redimir Goya alertou que o risco à exposição prolongada ao PM2,5 varia conforme a suscetibilidade individual e a presença de patologias pré-existentes. “Pessoas com asma ou processos alérgicos respiratórios são mais sensíveis e prejudicadas, o que pode desencadear crises de asma e alergias respiratórias, favorecendo infecções respiratórias”, explicou. Segundo ele, também há relatos de efeitos cardíacos adversos causados por essas substâncias, que são formadas por aglomerados de partículas de diversas origens, suspensas no ar.

O médico recomenda manter os ambientes limpos e bem ventilados. Umidificar o ar também ajuda, e em locais muito poluídos, o uso de máscaras pode ser necessário. Além disso, ele sugere manter uma boa hidratação corporal e, em alguns casos, usar soro fisiológico e fazer inalações.

Grupos de risco, como pessoas com doenças respiratórias pré-existentes (asma, rinite), crianças pequenas e idosos, merecem atenção redobrada. Segundo o médico, a exposição prolongada a níveis elevados de poluição pode aumentar o risco de doenças pulmonares como bronquite crônica, enfisema e até câncer de pulmão. “Também podem ocorrer complicações cardiovasculares e hematológicas. Crianças podem apresentar infecções respiratórias mais frequentes. Em Cubatão (SP), uma cidade com altos níveis de poluição, houve um aumento de crianças nascendo com distúrbios neurológicos.”

Cuidados recomendados
O pneumologista sugere manter uma boa hidratação com ingestão de líquidos, evitar ambientes poluídos e adotar uma dieta equilibrada. Ele também recomenda a prática de atividades físicas em locais menos poluídos e evitar hábitos prejudiciais às defesas respiratórias, como o uso de cigarro, vapes, narguilés e outras substâncias inaláveis.

Fonte e foto: Jornal de Beltrão

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