Startup de Pato Branco desenvolve “saco de lixo inteligente”

Com o apoio do programa de subvenção econômica para startups do Governo do Estado, o Paraná Anjo Inovador, a startup Cash Local, de Pato Branco, no Sudoeste do Estado, está criando soluções para problemas sociais e ambientais por meio da inovação e tecnologia. A empresa desenvolveu o Separa, um sistema de “lixo inteligente” que recompensa moradores que separam corretamente seus resíduos, com uso de uma moeda social digital.

Segundo a cofundadora da Cash Local, Bruna Jochem, o Paraná Anjo Inovador, desenvolvido pela Secretaria da Inovação e Inteligência Artificial (Seia), desempenhou um papel fundamental para que a startup pudesse transformar ideias em um negócio viável e promissor. “O apoio do Estado permitiu que tivéssemos um aumento de 90% no faturamento mensal, o que nos deu mais segurança para continuar desenvolvendo a nossa ideia”, disse Bruna.

A solução foi inspirada por moedas sociais e programas como o Nota Paraná, do governo estadual, que incentiva consumidores paranaenses a pedirem a nota fiscal ao fazerem compras, podendo assim receber parte do imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) recolhido pelo estabelecimento.

Dessa forma, a Separa funciona como um saco de lixo inteligente, com uma tag integrada, que permite moradores ganharem benefícios sempre que separam o lixo de forma correta. Quando os caminhões de coleta seletiva passam recolhendo materiais recicláveis, um dispositivo instalado no caminhão faz a leitura do chip no saco de lixo, e assim gera benefícios ao morador, como descontos em serviços, ingressos para eventos culturais e esportivos, ou até mesmo para compra de alimentos.

A ideia da Cash Local surgiu em 2020, quando Bruna e seu marido Thiarles Prado decidiram usar a transformação digital para estimular a economia local e apoiar pequenos negócios. Com o tempo, os dois viram no problema de separação de lixo uma oportunidade, assim nasceu a Separa.

“O ponto de partida foi quando entendemos que não adianta simplesmente falar para as pessoas separarem o lixo corretamente. Culturalmente, nós aprendemos mais rápido quando sentimos no bolso”, afirma Bruna.

Atualmente o Separa está em fase de testes em parceria com a Prefeitura de Pato Branco, que aderiu à proposta envolvendo diversas secretarias. O projeto está sendo incubado dentro da Incubadora Tecnológica de Pato Branco (ITECPB), liderada pela Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Segundo a diretora da incubadora, Ana Claudia Marques, Pato Branco segue a Lei do Sandbox, que proporciona a empresas um ambiente controlado por órgãos reguladores para testar inovações temporariamente e validar produtos, serviços e modelos de negócio.

A lei permite a Prefeitura ajudar startups trabalhando com as soluções desenvolvidas de forma facilitada. “A fase de testes é fundamental para uma startups, então é importante que apoiemos projetos assim. Vemos que o Separa será um marco para Pato Branco porque mostra para a população como a separação de lixo faz a diferença, e conseguimos reduzir o lixo que vai para aterros, economizar recursos e ainda dar um destino certo para o que pode ser reciclado. Não é apenas recolher lixo, mas uma mudança de hábito”, diz Ana Claudia.

Além da validação na cidade, a Cash Local já conta com uma patente para a tecnologia desenvolvida. A solução rendeu à empresa participação em diversos eventos voltados à inovação como Connect Week, Sebrae Conecta e também a Carreta da Inovação, projeto itinerante da Seia que roda o Estado levando inovação e tecnologia para as cidades do Interior. A empresa também foi eleita um dos sete projetos mais inovadores do Sul do Brasil dirigido por mulheres, segundo a Finep.

Agora a Cash Local tem como meta ganhar escala, expandir o negócio para outras regiões do Estado e estar presente em vários municípios.

Fonte: AEN