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9 de outubro de 2025 18:08

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Sindicatos e representantes da agricultura familiar do Sudoeste se mobilizam contra a crise do leite

09/10/2025
às11:13
Silvonei Casarim
Foto: Assessoria

A crise enfrentada pelos produtores de leite no Paraná foi tema de um importante encontro regional realizado no último dia 29 de setembro, no auditório do Sindicato dos Empregados no Comércio de Francisco Beltrão (SECFB). A atividade, convocada pela Associação do Centro de Educação Social (Acesi), reuniu sindicatos da agricultura familiar de todo o Sudoeste do Estado, com o objetivo de debater os impactos da instabilidade econômica sobre os pequenos produtores e construir coletivamente uma pauta de reivindicações.

O presidente da Assesoar, Inácio Werle, participou ativamente da reunião, contribuindo na formulação de propostas e estratégias conjuntas para enfrentar o atual cenário de crise. Segundo Werle, a produção de leite é uma das principais fontes de renda das famílias da agricultura familiar no Sul do Brasil e representa um alimento essencial nas políticas públicas de segurança alimentar e combate à fome. “No entanto, o setor vem sendo duramente atingido por oscilações expressivas nos preços pagos aos produtores, gerando instabilidade, endividamento e exclusão dos pequenos agricultores”, argumentou o presidente.

Em setembro de 2025, o preço do litro de leite apresentou forte discrepância, variando entre R$ 1,60 e R$ 2,57, com quedas superiores a R$ 0,20/litro em relação ao mês anterior. Entre os principais fatores que aprofundam a crise estão: o aumento do custo de produção; o endividamento das famílias agricultoras; a importação de leite em pó e queijos de países vizinhos (Uruguai e Argentina), que pressiona o mercado interno sem reduzir o preço ao consumidor e a ausência de uma política de preço mínimo, que deixa os produtores reféns das indústrias.

Mobilização e pauta de reivindicações

Diante deste cenário, o encontro definiu como prioridade a elaboração de uma nota pública sobre a crise do leite no Paraná e a construção de uma pauta regional de reivindicações. Entre os dias 6 e 10 de outubro, sindicatos da agricultura familiar realizarão reuniões municipais com os produtores para levantar informações, elaborar um diagnóstico detalhado da situação e encaminhar os resultados à Fetraf Paraná (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Estado do Paraná).

Uma das ações aprovadas foi o diálogo com Câmaras de Vereadores e Prefeituras, visando apresentar as reivindicações, buscar programas municipais de incentivo e coletar assinaturas de apoio das autoridades locais.

As principais reivindicações definidas até o momento incluem: a garantia de preço mínimo do leite aos agricultores familiares; política emergencial de subvenção direta, com complemento de R$ 0,30 por litro produzido, por 90 dias, para reduzir as perdas; limitação das importações de leite e derivados do Mercosul e de fora do bloco; renegociação e adiamento das dívidas de custeio e investimento relacionadas à atividade leiteira; investigação de práticas de combinação de preços por parte das indústrias compradoras e o reforço na fiscalização sanitária, evitando a entrada e comercialização de leite de baixa qualidade e a reidratação de leite e soro em desacordo com a legislação.

Inácio Werle, presidente da Assesoar, reforça que a crise do leite tem causado impactos diretos na renda das famílias agricultoras e também na circulação de recursos nos municípios, afetando o comércio local, as cooperativas e a arrecadação de tributos. “A mobilização regional busca fortalecer a luta por políticas públicas estruturantes que valorizem a produção da agricultura familiar e garantam condições dignas de permanência das famílias no campo”, conclui Werle.

Fonte: Assessoria

Foto de Silvonei Casarim

Silvonei Casarim

Redator/Locutor

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