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Queijo artesanal de Salgado Filho é o 1º produto paranaense a receber o Selo Arte

O queijo colonial da Queijaria Rancho Fundo, do município de Salgado Filho, no Sudoeste, é o primeiro produto paranaense a receber o Selo Arte, uma certificação que assegura o processo de produção artesanal e permite a comercialização para todo o território nacional. A certificação foi concedida à produtora Franciele Rechembach Haselbauer pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) por meio da Gerência de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Gipoa) nesta semana.

As regras para elaboração e comercialização de alimentos artesanais estão previstas no Decreto nº 9.918/2019 e também abrangem, além do queijo, todos os produtos de origem animal. Fica a cargo dos órgãos estaduais conceder o selo aos produtores que seguirem as exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

“Além de indicar a adoção de boas práticas agropecuárias e de fabricação, o selo demonstra o cumprimento dos requisitos sanitários estabelecidos e inspecionados pelo Serviço de Inspeção”, diz o presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins. A ideia é, por meio do acompanhamento constante da aplicação de práticas adequadas, ajudar os produtores a qualificar seus produtos e expandir o potencial de vendas.

Pelo documento, assegura-se que o produto tem propriedades únicas e inerentes ao fazer artesanal próprio de uma região ou cultura. Para o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, a conquista colabora para a agregação de valor do agro paranaense e é resultado de um esforço conjunto de produtores e agentes públicos. “É uma oportunidade de mercado que mostra a qualidade das nossas agroindústrias e valoriza o produto feito no Paraná”, diz.

TRADIÇÃO E QUALIDADE – O município de Salgado Filho tem uma longa tradição com esse tipo de produto, como a Festa do Vinho e do Queijo, conta a proprietária da queijaria, que é agrônoma. “Muitas famílias produzem queijo até para consumo próprio, e em qualquer lugar que você vai alguém tem uma história para contar, seja que a mãe ou os avós ou faziam ou comercializavam queijo”, afirma Franciele.

Ela e o marido já tinham vacas de leite, com objetivo inicial de industrializar a produção, e começaram a fazer queijos em 2017, ainda na expectativa de comprar matéria-prima também de outros produtores. Mas a história começou a mudar em 2019, quando, a partir de um curso da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Cresol, IDR-Paraná, Mapa e parceiros, a família passou a estudar a fabricação de um queijo diferenciado.

“Passamos a trabalhar exclusivamente com leite da propriedade para ter maior controle da matéria-prima, começamos a construir a queijaria e trocamos o confinamento das vacas pelo pasto”, conta.

A partir do curso, surgiu a Aprosud (Associação dos Produtores de Queijos Artesanais do Sudoeste do Paraná), pois os queijeiros desejavam valorizar o produto colonial e comercializar com mais segurança e qualidade. No mesmo ano, Franciele procurou o Serviço de Inspeção Municipal.

“Hoje a gente vê a necessidade de comercializar esse produto fora e poder, além disso, levar essa tradição, pois tem muita gente que ainda não conhece o Paraná como produtor de queijo e o grande potencial da região”, afirma. A família produz 300 litros de leite por dia, sendo que uma parte vai para a produção de queijos e outra para um laticínio. “A gente quer continuar com um produto diferenciado, e está muito feliz com o resultado”.

PARCERIA – A proprietária afirma que o Selo Arte só foi possível por causa de um trabalho conjunto, que envolve a associação e parceiros que colaboram com base técnica. “Não foi uma conquista da queijaria, foi do queijo colonial da região, uma conquista de valorização do produto, pela qual muita gente estava trabalhando e buscando. É um selo coletivo”, afirma.

Também destaca a atuação do Serviço de Inspeção Municipal e da Adapar, em constante diálogo sobre os pontos que podem ser modificados e melhorados na produção.

A fiscal do Serviço de Inspeção Municipal em Salgado Filho, Margarete Battisti Carbonera, explica a importância de conversar com produtores e conhecer a realidade de cada agroindústria. “A pequena Salgado Filho com o primeiro Selo Arte do Paraná não tem como a gente descrever a emoção. Como profissional, fico muito contente, busco fazer o possível para que as nossas agroindústrias cresçam, cada uma com a sua capacidade. Temos que ler a legislação, mas também ver a realidade de cada propriedade para conseguir ajudar”, diz.

Segundo ela, são fiscalizados itens como o controle de água, as boas práticas dos manipuladores, a higienização da agroindústria, desde a matéria-prima até o produto final, ou seja, se os produtores estão atuando conforme descreveram ao Serviço. Foram anos de diálogo e adequações. “Foi com muita coragem, com a certeza de que nosso produto era artesanal e que conseguiríamos comprovar”, destaca.

Fonte e foto: Agência Estadual de Notícias

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