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26 de dezembro de 2024 08:49

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Presidente cita fatores para o rebaixamento do Dois Vizinhos

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Julio Cesar Alves
Foto: Reprodução internet

Pela segunda vez na história, o Dois Vizinhos está rebaixado para a Série Prata do Campeonato Paranaense de Futsal. O 4×1 sofrido para o Coronel, sábado, 9, fora de casa, selou a queda, restando uma rodada para o fim do quadrangular da morte na Série Ouro. Mas o descenso de 2024 tem um peso imensamente maior do que quando a equipe caiu pela primeira vez, em 2016. Afinal de contas, em 2019 o Galo chegou à decisão do estadual mais difícil do país e, no ano seguinte, conquistou a Copa do Brasil.

As boas campanhas, na realidade, não eram vistas desde 2022. Na temporada passada o Dois Vizinhos teve o pior desempenho entre os 14 integrantes do Campeonato Paranaense, mas escapou porque o regulamento não previa a queda. Neste estadual, foram 20 compromissos, com 11 derrotas, quatro empates e somente cinco triunfos.

Em entrevista ao JdeB, o presidente do Galo, Jeferson Bortolin, disse que, apesar dos resultados de 2023, o rebaixamento não era visto como uma possibilidade no início da temporada. “Nem de perto. Havia confiança na recuperação e na capacidade da equipe para se reestruturar e retomar os resultados positivos. O planejamento e as ações realizadas, seja na tentativa de reforçar o elenco ou com ajustes internos, indicavam uma expectativa de melhora.”

Fatores cruciais
Para Bortolin, foram vários fatores a contribuir para o fracasso. A começar por renovações e contratações equivocadas de jogadores que, no ponto de vista do presidente, minaram a competitividade do Galo, enquanto os concorrentes evoluíam. “Também não conseguimos repor à altura as peças que saíram”, lamenta.

A gestão de recursos financeiros também foi citada pelo mandatário. “Perdemos alguns patrocinadores. Promessas de contribuição e ajuda que não foram cumpridas podem ter desempenhado um papel decisivo, afetando desde a manutenção de peças-chave até a infraestrutura de treino. A perda de confiança do grupo em si e um possível desgaste do corpo técnico também podem ter contribuído para um ambiente interno desfavorável, o que reflete diretamente na coesão do time em quadra. Em um esporte tão competitivo como o futsal, a soma desses fatores faz com que a capacidade de recuperação seja desafiadora, mesmo quando há uma tradição e conquistas recentes. O rebaixamento não reflete apenas uma temporada ruim, mas também uma série de ajustes e desafios que precisam ser enfrentados e, neste caso, não conseguimos superá-los.”

Para Jeferson, a atuação da arbitragem, principalmente em jogos no Ginásio Teodorico Guimarães, teve papel decisivo. “No início do ano fiz um comentário sobre a Associação de Árbitros e claramente não gostaram. Isso implicou em lances que influenciaram diretamente em muitos jogos. Em um desses episódios um dos árbitros saiu rindo do ginásio em claro sinal de desrespeito à diretoria e à nossa torcida.”

Cartilha da queda
Como na maioria dos clubes que flertam com o rebaixamento, o Galo fez trocas no comando técnico com o campeonato em andamento. Igor Poffo deu lugar para Reginaldo Silva — contratado junto ao Mangueirinha, que também já caiu.

“Tivemos a perda do gestor do clube, quando percebeu que a coisa não estava bem financeiramente, comandantes da equipe que não foram felizes nas contratações de reforços, tivemos muitas mudanças, tanto de comando, como de atletas…e isso é fatal”, avalia Jeferson.

Por fim, Fabinho Gomes, nome responsável pelos títulos da Série Prata de 2018 e da Copa do Brasil de 2020, ou seja, da melhor fase da história do Galo. Nem o ídolo deu jeito, mas Jeferson Bortolin garante que Fabinho Gomes permanece no cargo para a reestruturação do projeto.

“A chegada do Fabinho já demonstra uma visão de futuro e, certamente, um planejamento que vai além da temporada atual, mirando em 2025. A intenção é clara: apostar em um nome que possa agregar tanto na reconstrução da equipe como na formação de uma base sólida para os próximos desafios. O clube está focado em reestruturar suas estratégias, buscando reforços pontuais e uma abordagem mais coesa em termos de gestão técnica e tática. Além disso, estamos reforçando nosso corpo diretivo com pessoas que vão contribuir diretamente com essa retomada do Galo”, diz o dirigente.

2025
Após a queda em 2016, o Galo abriu mão da segunda divisão e decidiu recomeçar do zero, na Série Bronze. Mas o processo não deve se repetir. “Aquela escolha foi porque a diretoria da época abandonou o projeto e estavam com uma dívida muito grande, que não é o nosso caso. Temos um planejamento sólido, sou executivo formado pela CBF Academy com licença e carteira na CBF, único gestor do futsal que tem tal licença.”

Jeferson garante o Dois Vizinhos na Série Prata e diz que já está trabalhando, ao lado de Fabinho Gomes, na montagem do plantel. “O planejamento envolve não apenas ajustes no elenco, mas também uma análise cuidadosa das falhas que levaram ao desempenho abaixo do esperado. O foco estará em retomar a competitividade e em resgatar o espírito vencedor que marcou a trajetória do clube. A vinda do Fabinho sinaliza um compromisso com essa nova fase, buscando não só resultados imediatos, mas um crescimento consistente ao longo dos próximos anos.”

Copa União
O alento para o torcedor pode ser a Copa União. O Galo está na semifinal, mas perdeu o primeiro jogo para o Operário, em casa, por 3×0. A volta será nesta quarta-feira, 13, em Laranjeiras do Sul.

Fonte: Juliam Nazaré

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Julio Cesar Alves

Jornalista

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