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30 de julho de 2025 15:53

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Município de Ampére

Um pouco da história da nossa cidade.

Em 1948, o município de Ampére recebeu posseiros sulistas, vindos dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Também de colonos oriundos de Pato Branco e Francisco Beltrão. A descendência predominantemente era de alemães, poloneses e italianos. O primeiro morador de Ampére foi João Ponciano de Almeida, em 1948. A sua chegada se deu pelo picadão aberto entre os municípios de Pato Branco e Santo Antônio.

Com as instalações de novas sedes municipais em 1952, o pequeno povoado de Ampére passou a pertencer ao município de Santo Antônio. Por meio da Lei Estadual n°. 253, de 26 de novembro de 1954 foi criado o Distrito de Ampére e anexado a Santo Antônio.

Por meio da Lei Estadual n°. 3.511, de 30 de dezembro de 1957, Ampére se tornou Distrito de Capanema e passou a pertencer a este município.

A primeira capela foi oficialmente construída e inaugurada em 1953, com o apoio da comunidade. Utilizaram madeira lascada e serrada. Foi nominada de Padroeira Santa Teresinha do Menino Jesus, doaram a imagem da padroeira à capela.

Figura: Primeira igreja de Ampére em 1953 / Fonte: AMPÉRE, 2020a.

Quanto ao desenvolvimento comercial e econômico, no final dos anos 1950 e início dos anos 1960 iniciou o progresso da vila Ampére. Em 1951, já havia o chamado “boteco dos Fagundes”, dirigido por Antenor e Angenor Fagundes. Este foi o primeiro e único comércio da época, anteriormente era comandado por Estanislau Marchinhak. Em 1956, a família Santolin instalou o segundo estabelecimento comercial, localizado na atual Avenida XV de Novembro.

Figura: Segundo comércio da família Santolin (primeira casa à direita) / Fonte: AMPÉRE, 2020a. Org.: Dados organizados pela autora, 2021.

Em 1958, a família De Toni gerenciou o terceiro comércio, chamado de Irmãos De Toni e Companhia Limitada, compra de cereais e suínos, secos e molhados. Naquele tempo se pesava na balança, o açúcar, o café, a erva-mate, e havia a venda de querosene.

Ainda no final dos anos 1950, a família de Costa construiu um imóvel, localizado no atual Bairro Nossa Senhora das Graças, que foi a primeira rodoviária, hotel e restaurante. Posteriormente, em 1960, Albino Maronezi adquiriu o estabelecimento, continuou com os serviços e acrescentou as funções de correio e de farmácia.

Figura: Primeira rodoviária / Fonte: AMPÉRE, 2020a.

Até o ano de 1960, chegou o primeiro médico: Miguel Tartarella. Ele iniciou os primeiros atendimentos neste mesmo local da casa da família de Costa. O segundo andar do imóvel foi destinado para o Grupo Escolar Estadual de Ampére, até o ano de 1964.

Figura: Primeiro hospital, escola, subprefeitura e prefeitura de Ampére / Fonte: AMPÉRE, 2020a.

O município de Ampére foi criado por meio da Lei Estadual n°. 4.348, de 11 de abril de 1961, sancionado pelo Governador Ney Braga. Foi desmembrado somente do município de Capanema e instalado em 28 de novembro de 1961. O mapa a seguir apresenta o desmembramento e o território de Ampére em 1961

Mapa: Desmembramento de Ampére em 1961

O território do município de Ampére passou a compreender também os atuais municípios de Realeza e Santa Izabel do Oeste, apresentando grande área territorial, como apresenta no mapa. Estes foram desmembrados de Ampére em 1963 e 1964, respectivamente.

Apesar do desmembramento de Realeza e Santa Izabel do Oeste, até que ocorressem os avanços destas novas sedes municipais, estes continuaram dependentes de Ampére, uma destas dependências era com o cartório de Ampére. Em 1963, o cartório foi dirigido por João Maria Lerias, ao qual não se adaptou. No ano seguinte, foi vendido para a família Kessler. Havia grande demanda, pois somente em Francisco Beltrão havia contador.

Figura: Primeiro cartório e escritório contábil de Ampére / Fonte: JORNAL DE BELTRÃO, 2018.

Outra dependência dos municípios vizinhos era na área da saúde, pois o médico Miguel Tartarella se tornou referência na região. O primeiro hospital de Ampére, construído em 1963. Situado na Avenida XV de Novembro, atualmente localizado o Parque Santa Teresinha.

Figura: Primeiro hospital em 1963 / Fonte: AMPÉRE, 2020a.

O hospital oferecia condições para atender até 30 pacientes. As pessoas vinham de vários municípios. Aos fundos do hospital construíram quartos para atendimentos gratuitos. O estabelecimento estava sempre lotado, devido aos surtos de doenças da época, como varicela, tétano e sarampo. O médico Miguel Tartarella trouxe profissionais de Curitiba.

Figura: Local do hospital de Ampére (casa maior ao fundo) / Fonte: AMPÉRE, 2020a.

Até 1965, o local mais desenvolvido situava-se nas margens do rio Santa Terezinha. O centro da cidade recebeu mais casas comerciais e moradias. Havia também o Cartório do Kessler, bar do Vansetto e o bar do Ceolatto. No piso térreo do bar foi instalada a segunda prefeitura de Ampére.

Figura: Vista de Ampére em 1966 / Fonte: IBGE, 1966; AMPÉRE, 2020a.

No centro de Ampére foi construído o Centro Social, no final dos anos 1960. Organizaram campanhas para arrecadações e para compra dos materiais. A empresa responsável pela construção foi a EMPRETEC (Empreendimentos, Técnica e Construções Ltda.). O contrato foi assinado pelo Engenheiro Civil Sr. Deni Schwartz, em janeiro de 1969. A construção foi dividida em partes. A primeira ocorreu em 1969 e a segunda em 1970. A figura, a seguir, apresenta as construções.

Figura: Construção do Centro Social Santa Teresinha / Fonte: PARÓQUIA SANTA TERESINHA E SANTO AGOSTINHO, 2014, p. 16.

No início dos anos 1970, o Centro Social foi palco de ações sociais. Por meio da visita do padre José Bosmans, da Bélgica, que doou um gabinete dentário e trouxe-o ao município, implantado no Centro Social, em parceria com o dentista prático Sr. Philomeno Nelson Soares Cima. Foi um dos primeiros profissionais dentista do município.

Figura: Consultório odontológico no Centro Social e a primeira cadeira do dentista / Fonte: PARÓQUIA SANTA TERESINHA E SANTO AGOSTINHO, 2014, p. 17; PEGORARO, 2013.

O ano de 1977 foi marcado por duas construções principais, no município, a Igreja Matriz Santa Teresinha e Santo Agostinho e a Praça Central Antônio Frâncio. A ideia da construção da nova igreja matriz surgiu em 1975, com a organização dos lucros da festa de São Cristóvão. Iniciaram a construção em janeiro de 1977, com a empresa curitibana Alcan.

Figura: Construção da nova igreja matriz e a Praça Central em 1977 / Fonte: PARÓQUIA SANTA TERESINHA E SANTO AGOSTINHO, 2014, p. 27.

A partir de 1990, houve avanço econômico ao município, ocorreu à intensificação das instalações industriais. Iniciou com a construção de dois barracões, o primeiro barracão foi doado para a empresa Aicone. O segundo foi doado para a indústria de Móveis Simonetto Ltda.

Figura: Primeiro e segundo barracão industrial / Fonte: AMPÉRE, 2020a.

No Bairro Industrial I: “Foram adquiridos outros 4 barracões para abrigar novas indústrias. A foto mostra um barracão de 450 m² em construção na Avenida das Missões. Os outros 3 estão sendo construídos no Bairro Industrial”. (AMPÉRE, 1991, p. 5). A figura mostra os barracões em construção.

Figura: Construção de novos barracões / Fonte: AMPÉRE, 1991, p. 5; AMPÉRE, 2020a.

Créditos (Texto e Imagens): Camila Cristina Taschin Popiolek