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30 de julho de 2025 20:11

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Papa Leão XIV: cardeal dos EUA é escolhido novo líder da Igreja Católica

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Julio Cesar Alves
Foto: Assessoria Vatican News

O dia 8 de maio de 2025 ficará marcado na história da Igreja Católica. Às 13h08, no horário de Brasília, a tradicional fumaça branca surgiu na chaminé da Capela Sistina, no Vaticano, anunciando ao mundo que os cardeais haviam escolhido o novo líder da Igreja. No segundo dia do conclave, foi eleito o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, que adotou o nome de Papa Leão XIV. Ele será o 267º papa da Igreja.

A eleição de Leão XIV acontece após a morte do papa Francisco, ocorrida em 21 de abril, aos 88 anos, após complicações de saúde. Pouco depois das 14h (horário de Brasília), o novo pontífice apareceu na varanda central da Basílica de São Pedro para saudar a multidão que aguardava ansiosamente sua primeira bênção como papa.

Quem é o Papa Leão XIV?
Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, em 1955, Robert Prevost faz história como o primeiro papa vindo dos Estados Unidos e também o primeiro oriundo de um país de maioria protestante. Apesar de sua origem norte-americana, boa parte de sua trajetória religiosa foi construída na América Latina, especialmente no Peru, onde atuou como missionário, bispo e administrador diocesano.

Antes de sua eleição, Prevost ocupava dois cargos importantes no Vaticano: prefeito do Dicastério para os Bispos — órgão responsável pela nomeação de bispos — e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina, de acordo com informações da CNN.

De perfil discreto e voz serena, o novo papa é conhecido por evitar os holofotes e entrevistas, mas é visto como reformista, alinhado à linha progressista de Francisco. Tem sólida formação em teologia e direito canônico, e é reconhecido como um profundo conhecedor da legislação que rege a Igreja.

Ele ingressou na vida religiosa aos 22 anos e foi ordenado padre em 1982. Dois anos depois, iniciou sua missão no Peru, passando pelas cidades de Piura e Trujillo — esta última, sob o regime autoritário de Alberto Fujimori, período em que chegou a cobrar desculpas públicas do governo pelas injustiças cometidas.

Um pontificado sob expectativas e questionamentos
Em 2014, Prevost foi nomeado administrador da Diocese de Chiclayo, onde foi ordenado bispo e permaneceu até 2023. Nesse mesmo ano, recebeu o título de cardeal, ocupando a função por menos de dois anos antes de ser eleito papa — algo considerado raro na história recente da Igreja.

No entanto, sua trajetória também inclui momentos delicados. Em 2023, três mulheres o acusaram de acobertar casos de abuso sexual cometidos por dois padres no Peru, quando elas ainda eram crianças. Segundo o G1, uma das vítimas teria ligado para Prevost em 2020. Ele recebeu formalmente os relatos dois anos depois e encaminhou o caso ao Vaticano. Um dos padres foi afastado preventivamente e o outro já não exercia funções por motivos de saúde. A diocese peruana nega qualquer tentativa de encobrimento e afirma que Prevost seguiu todos os trâmites exigidos pela legislação canônica. O caso segue em investigação pelo Vaticano.

Durante a internação de Francisco, Prevost chegou a liderar uma oração pública pela recuperação do então pontífice, demonstrando seu respeito e vínculo com o líder anterior.

Desafios pela frente
A eleição de Leão XIV acontece em um momento desafiador para a Igreja Católica, que lida com temas como transparência, escândalos de abuso, modernização e a perda de fiéis em várias partes do mundo. Espera-se que seu pontificado dê continuidade às reformas iniciadas por Francisco e promova uma Igreja mais inclusiva, próxima das periferias e das realidades latino-americanas — regiões que moldaram sua trajetória pastoral.

Jornalismo Ampére AM com G1 e CNN

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